quarta-feira, 21 de abril de 2010
O Desejado
Foi no ano de 1578 que desapareceu D. Sebastião, submerso na derrota militar de Alcácer-Quibir. Este é um episódio da história portuguesa envolto em mistério e lendas, mas que no entanto tem sido desaproveitado pelas diversas áreas artísticas. Há alguns anos atrás, idealizei o pré-argumento para uma Banda Desenhada em que o bem-amado rei, ferido após a batalha, acaba por vaguear sem rumo, até ser encontrado por uma tribo africana que o recolhe e onde ele vai cumprir o seu destino de reinar, se tornando no rei dessa tribo, contraindo "matrimónio" com uma bela africana e vivendo inúmeras aventuras em África.
Eis aqui então que vos apresento esse D. Sebastião, um rei que nesta ficção, nasceu para cumprir o seu destino de reinar, mostrando que "ele é o rei...".
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Adorei Paulo. A ideia está muito boa, a composição está excelente. Nesta ilustração se nota ainda mais algo que sempre gostei nos teus trabalhos: tens um traço sintético e altamente eficaz, fazendo lembrar o que de melhor existiria num cruzamento de animadores da Marvel e da Hanna-Barbera.
ResponderEliminar;)
Asphoel, sabes bem como deixar um artista sem palavras! :)
ResponderEliminarAdorei toda a apreciação que fizeste do meu trabalho, muito especialmente do escreveste acerca do cruzamento de animadores da Marvel e da Hanna-Barbera, sem dúvida duas das minhas grandes influências, mas que nunca ninguém tinha ainda feito referência a essa simbiose de estilos, com a qual concordo plenamente, acrescentando a esses possivelmente o Walt Disney e o Maurício de Sousa. ;)
Estou a gostar imenso do que este projecto se está a tornar, um centro de partilha de ideias entre pessoas com um espírito bastante positivo e tenho a certeza de que daqui surgirão coisas muito boas!
Abraço e um muitoo obrigado! :)
É que sabes algo curioso na minha referência, é que, se assim como eu cresceste com as brilhantes animações da Hanna-Barbera (goste-se ou não, a realidade é que têm imensa qualidade. E quando entrei no blog hoje, e vi a ilustração lembrei-me logo do filme de animação "I Yabba-Dabba Do! onde a Pebbles e o Bam-Bam se casam. Mais uma vez te digo, genial a tua ilustração.
ResponderEliminarMuito bom! Gosto da hipótese de D.Sebastião ter desaparecido para se juntar à sua amada :)
ResponderEliminarO único problema é que existem rumores de ele ser homosexual....
ResponderEliminarPaulo só achei que os africanos são muito molatinhos..para serem de uma tribo. ;)
E acho que os africanos não iriam gostar muito da ideia de um Rei branco na altura.
De resto a ilustração está muito fixe.
Agradeço imenso a todos que postaram aqui um comentário, sempre importantes para me ajudar a uma análise melhor do meu trabalho! :)
ResponderEliminarRespondendo por ordem de comentário:
Concordo em pleno contigo Asphodel no que diz respeito à qualidade das animações da Hanna-Barbera, as quais a nível gráfico possuíam uma qualidade muito acima da média e se os enredos acabavam por serem um pouco repetitivos, não deixavam de serem episódios que nos divertiam, nos deixando com vontade de vermos sempre qual a assombração que o grupo iria enfrentar a seguir! Agradeço-te uma vez mais as tuas palavras, que são sempre um incentivo para continuar a trabalhar para conseguir melhorar gradualmente o meu trabalho!
amb*, agradeço-te imenso as tuas palavras, pois é sempre muito bom recebermos críticas positivas, que nos estimulem, aumentando ainda mais a nossa motivação! Realmente a história de D. Sebastião como é contada nesta ficção, seria muito mais bela do que a realidade histórica e gosto também de pensar que o monarca teria tido uma vida feliz, após o fracasso de Alcácer-Quibir! :)
valjean, muito obrigado pelas tuas palavras, também elas sempre importantes. Em relação aos diversos aspectos que salientas, não estou totalmente de acordo com eles, mas não é por isso que não são opiniões válidas e que respeito totalmente. A minha opinião sobre eles é a seguinte:
- No que diz respeito à suposta homossexualidade de D. Sebastião, tal como inúmeras lendas a seu respeito, isso não está provado, sendo apenas mais uma suposição de alguns historiadores.
- O único africano mulatinho que vejo na ilustração é a criança, a qual é mesmo mulatinha, pois é o filho de D. Sebastião e da sua amada africana. De resto tanto a moça, como o africano, possuem tonalidades e feições completamente africanas.
- Pelo contrário, acho que actualmente é que existe uma grande aversão por parte dos africanos em relação a um líder branco, fruto de séculos de colonização por parte dos europeus. Na época histórica retratada pela ilustração, isso não acontece, sendo que muitas tribos africanas quase "endeusavam" os europeus, de tez mais clara e possuidoras de conhecimentos tecnológicos mais avançados. De resto, nessa ficção, D. Sebastião, possuindo uma apetência inata para reinar, é acolhido pela dita tribo e num processo gradual conquista a sua confiança e torna-se o seu rei, vivendo as já faladas aventuras! :)
Muito obrigado a todos! ;)
Paulo,
ResponderEliminarEu escrevi este comentário para apimentar a conversa, mas claro está que as referências que que mencionei, principalmente a de D. Sebastião ser homosexual valem nada. Pois isso não está realmente provado e depois ele era muito novo e de certa forma infantil e isso pode perfeitamente ser confundível com outra coisa qualquer.
Em relação às personagens africanas o que quis dizer foi que estes eram muito claros e sim têm feições africanas ninguém diz o contrário e sim também é verdade que na altura eles idolatravam os seres europeus.
Por acaso também tenho uma estória em que aparece o D. Sebastião em que ele é encontrado por dois amigos que entram numa espécie de mundo paralelo (portal) que se encontra nos desertos norte africanos. Acho que o imaginário de D. Sebastião está muito viva entre nós e concordo plenamente contigo por nós portugueses não aproveitarmos mais as personagens excelentes que temos na nossa história.
Um caso curioso...eu gosto muito de Fernão Mendes Pinto acho sinceramente que é das melhores figuras/personagem que temos na fantasia/realidade/folclore português e tem sido injustamente mal amado. Deves conhecer a tal frase que se costumava dizer sobre ele:
"Fernão Mentes? - Minto!" Devido ao livro "Peregrinação". O caso curioso é que existe uma descrição detalhada sobre um palácio exuberante no estremo Oriente..etc..etc, estudiosos há bem pouco tempo descobrirem que essas descrições coincidiam com o templo do Dalai Lama...
Incrível não é?
Nós somos barras em destruir o que é nosso.
Abraço
valjean, às vezes sabe mesmo bem apimentar um pouco mais a conversa, pois apesar do merecido elogio e da crítica construtiva, é interessante que também se realcem pontos que se considerem menos positivos, pois apenas assim se estará a dar ao outro a possibilidade de reparar em pormenores, que muito provavelmente sozinho não conseguiria reparar :)
ResponderEliminarGostei muito desta tua resposta, a qual também indicia que possuis um nível cultural bastante bom, o que é de prezar e achei curiosa a descrição que fizeste sobre a estória em que aparece D. Sebastião, o que demonstra que apesar de desaproveitada, essa figura rodeada de mitos, ainda vai encontrando alguns autores que lhe dão uma nova vida.
Concordo também na totalidade contigo, no que diz respeito à injustiça a que está voltado Fernão Mendes Pinto, injustiça essa possivelmente já originada na incredulidade que os seus contemporâneos encaravam os seus relatos do Oriente. Na verdade, apesar de quase certamente podermos encontrar na escrita de Fernão Mendes Pinto alguns exageros literários, muito do que ele relatou corresponde à verdade, reflectindo uma vida de aventuras, extraordinária a todos os níveis, pelo que também ele é sem dúvida uma grande figura desaproveitada pelas Artes em Portugal! ;)
Nem mais!!! ;)
ResponderEliminarBom, com tudo isto só tenho a dizer....bem desenhado Paulo.
ResponderEliminarMuito obrigado Patrícia! É sempre muito bom poder ler palavras positivas sobre aquilo que fazemos! :)
ResponderEliminarEu neste trabalho gostei de facto bastante de como
ficou o desenho, pois às vezes acabamos por não conseguir colocar no papel aquilo que idealizamos, mas felizmente que neste caso isso não sucedeu e eles ficaram "direitinhos" como os tinha imaginado!
Uma vez mais muito obrigado e é sem dúvida um privilégio poder receber as vossas opiniões, que me ajudam a ter uma visão bem mais objectiva do meu trabalho.
Gostei! Concordo com o Ricardo, um traço económico e eficaz, sobretudo a nível das expressões. É dificil conseguir caras não genéricas expressivas e emocionais.
ResponderEliminarO céu no entanto parece-me que sai fora do grafismo do resto do desenho. Foi opção estilística ou é um desafio? Seja como fôr, bom trabalho!
Olá Krippmeister!
ResponderEliminarAgradeço-te o teu comentário, bastante objectivo, explicando bem a tua análise ao meu trabalho!
Agradeço-te muito especialmente a tua pergunta sobre o céu, pois apesar de as críticas positivas nos deixarem sempre motivados é também muito importante que realcemos os aspectos que julguemos menos bem conseguido nos diversos trabalhos, pois essa também é uma condição de grande importância para o crescimento de qualquer artista!
Respondendo à tua pergunta, de facto possivelmente o céu foge um pouco ao restante grafismo, o que é um risco que se corre quando optamos por misturar desenho com fotografia (o que foi o caso, pois o céu é uma reprodução um pouco alterada de um bonito céu africano que encontrei via-google), muito sinceramente, depois de voltar a rever a ilustração, continuo a me sentir fiel à minha primeira sensação que, pelo menos em termos de ilustração, o céu não se encontra demasiado desajustado do restante desenho, funcionando bem no seu conjunto, isso apesar de como muito bem dizes, ele pertence a um grafismo completamente diferente da restante ilustração, sendo uma opção estilística!
Muito obrigado uma vez mais e espero poder contar sempre com os teus bons comentários!